
Remoção de Glifosato e Herbicidas em Efluentes: Tecnologias, Eficiências e Critérios de Escolha
- Biagini Engenharia
- 27 de nov.
- 3 min de leitura
O uso de herbicidas — especialmente o glifosato — é intenso em atividades agrícolas, agroindústrias, jardinagem urbana e limpeza de áreas operacionais. Como consequência, muitas empresas acabam liberando glifosato e outros herbicidas em seus efluentes, seja pela lavagem de equipamentos, operações de envase, manipulação de matérias-primas ou limpeza de áreas contaminadas.
Herbicidas são moléculas altamente solúveis, pouco biodegradáveis e, em alguns casos, muito persistentes, o que os torna difíceis de remover por métodos convencionais como decantação, coagulação simples ou filtros comuns. Por isso, o tratamento desses efluentes exige tecnologias específicas e avançadas.
A seguir, apresentamos as principais tecnologias utilizadas, seus mecanismos e dados reais de eficiência, além de tabelas comparativas para orientar a escolha da solução mais adequada.
1. Por que o glifosato e outros herbicidas são difíceis de remover
São altamente solúveis e permanecem dissolvidos na água.
O glifosato possui estrutura anfótera, aumentando sua mobilidade e reduzindo sua adsorção natural.
Muitos herbicidas são resistentes à biodegradação natural.
Não sedimentam — portanto, tratamentos primários não surtem efeito significativo.
2. Tecnologias utilizadas na remoção
Abaixo, as principais tecnologias e seus mecanismos:
2.1 Processos Oxidativos Avançados (POA) – UV/H₂O₂, Ozonização, Foto-Fenton, Peroxone
Os POA geram radicais hidroxila (•OH) altamente reativos, capazes de quebrar e mineralizar moléculas de herbicidas.
UV/H₂O₂ pode alcançar 80% a 99% de remoção.
Foto-Fenton e peróxidos heterogêneos podem atingir 99% em condições otimizadas.
Muito eficaz para glifosato, atrazina, metolacloro e muitos herbicidas aromáticos.
2.2 Adsorção em carvão ativado (CAP e CAG)
O carvão ativado remove herbicidas por adsorção física e química.
CAP: 60%–80% para glifosato; até 95% para atrazina, paraquat e diquat.
CAG: eficiência levemente menor que CAP, mas com vida útil maior.
Carvões impregnados com metais podem aumentar a eficiência.
2.3 Nanofiltração (NF) e Osmose Reversa (OR)
As membranas podem remover contaminantes dissolvidos com alta eficiência:
NF: 60%–95% conforme molécula e carga.
OR: até 99% para maioria dos herbicidas.
Geram rejeito concentrado que precisa de destinação adequada.
2.4 nZVI + Fe-Fenton (Ferro Zero-Valente)
Processos com ferro reativo são eficazes para herbicidas oxidáveis:
Eficiências típicas: 60%–95%
Funciona bem em pH ácido e efluentes com alta carga.
2.5 Biorremediação
Tratamentos biológicos têm remoção variável:
20%–80%, conforme herbicida e micro-organismos.
Útil como etapa de polimento, mas não substitui processos avançados.
3. Tabela – Coeficientes de Adsorção (Kd) para Carvão Ativado
(Valores típicos em L/kg — variam conforme pH, tipo de carvão e matriz de efluente)

4. Tabela – Eficiência de Remoção por Tecnologia × Herbicida
(faixas percentuais médias observadas em aplicações industriais e laboratoriais)

5. Como escolher a tecnologia certa
Depende de:
Tipo de herbicida
Concentração
Vazão e volume
Objetivo final (descarga, polimento, reúso, remoção total)
OPEX e CAPEX
Necessidade de mineralização ou apenas retenção
Regras práticas úteis:
Alta carga de glifosato → POA
Herbicidas aromáticos → POA ou carvão ativado
Paraquat/Diquat → Carvão ativado ou troca iônica
Reúso de água → NF ou OR + POA
Efluentes complexos → combinação de tecnologias
6. Como a Biagini Engenharia ajuda sua empresa
A Biagini Engenharia oferece consultoria completa para diagnóstico, tratamento e adequação ambiental de efluentes contendo glifosato e herbicidas:
Ensaios de tratabilidade e estudos piloto
Projeto de sistemas POA, membranas, carvão ativado e tratamentos combinados
Análise custo × eficiência × impacto operacional
Implantação e comissionamento de sistemas
Suporte contínuo e monitoramento
Adequação ambiental e atendimento à legislação




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