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Ecotoxicidade em Efluentes: O Que Diz a Legislação Brasileira e Como Sua Empresa Pode se Adequar

  • Biagini Engenharia
  • 15 de mai.
  • 3 min de leitura

Nos últimos anos, a preocupação com os impactos ambientais causados por efluentes industriais levou diversos estados brasileiros a reforçarem suas legislações ambientais. Um dos parâmetros que vem ganhando destaque é a ecotoxicidade, exigida como critério para o lançamento de efluentes tratados em corpos hídricos.

Essa exigência já está em vigor em estados como São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul — e outros estados estão em processo de regulamentação. A tendência é que o controle da toxicidade seja cada vez mais rigoroso e padronizado nacionalmente.

📘 O Que é Ecotoxicidade?

A ecotoxicidade mede o potencial tóxico de um efluente sobre organismos aquáticos vivos, como microcrustáceos (ex: Daphnia similis) e algas. Mesmo que o efluente esteja dentro dos limites físico-químicos tradicionais (DBO, pH, metais, etc.), ele pode ser biologicamente tóxico — e é isso que o ensaio detecta.

⚗️ Como é Feito o Ensaio de Ecotoxicidade?

O ensaio é realizado por laboratórios acreditados, seguindo normas técnicas como a ABNT NBR 13373 (microcrustáceos) ou NBR 12648 (algas). O teste consiste em expor 10 organismos vivos a diferentes concentrações do efluente, por até 96 horas, e observar os efeitos (como mortalidade ou inibição de crescimento).

O resultado do teste é expresso em Fator de Toxicidade (FT), que mostra a concentração em que o efluente passa a causar efeito tóxico.

🔍 O Que Significa 1 FT, 2 FT...?

O FT é calculado com base na CE₅₀ — a concentração do efluente que causa efeito tóxico (por exemplo, matar) em 50% dos organismos teste. A fórmula é:

FT = 100 / CE₅₀

Veja como isso se traduz na prática:

FT

CE₅₀ (%)

Diluição letal (efluente + água)

Mortes em 10 organismos

Toxicidade

1

100%

100% efluente (sem diluir)

5 morrem

Baixa (limite aceitável)

2

50%

50% efluente + 50% água

5 morrem

Moderada

4

25%

25% efluente + 75% água

5 morrem

Alta

10

10%

10% efluente + 90% água

5 morrem

Muito alta

➡️ Quanto maior o FT, mais tóxico é o efluente — pois ele causa dano mesmo em concentrações baixas.

🧪 Exemplo Lúdico

Imagine que colocamos 10 microcrustáceos em diferentes concentrações do seu efluente:

  • Com FT 1, é preciso o efluente puro (100%) para matar 5 dos 10.

  • Com FT 2, basta 50% de efluente (diluído pela metade) para matar 5.

  • Com FT 4, só 25% já causa as mortes.

  • Com FT 10, apenas 10% de efluente já mata metade dos organismos.

Ou seja, o teste sempre observa quando morrem 5 de 10, mas o que importa é o quanto de efluente foi necessário para isso acontecer.

📜 O Que Dizem as Legislações Estaduais?

São Paulo (CETESB)

A CETESB exige o controle ecotoxicológico de efluentes líquidos desde a Resolução SMA 03/2000. Detalhes sobre os procedimentos e critérios podem ser encontrados no manual técnico:

Minas Gerais (COPAM/SEMAD)

A Deliberação Normativa COPAM nº 217/2017 estabelece critérios para classificação e licenciamento ambiental, incluindo aspectos relacionados à ecotoxicidade:

Paraná (IAT)

O Instituto Água e Terra (IAT) regulamenta o controle de efluentes líquidos por meio da Resolução CEMA nº 81/2010:

Santa Catarina (IMA)

O IMA está atualizando a Portaria FATMA nº 17/2002, que trata dos critérios e padrões de emissão ecotoxicológicos para o controle de efluentes líquidos:

  • 📄 Consulta Pública sobre Ecotoxicidade - IMA SC

Rio Grande do Sul (CONSEMA)

A Resolução CONSEMA nº 128/2006 fixa padrões de emissão para fontes que lançam efluentes em águas superficiais, incluindo ecotoxicidade:

⏳ Qual o Prazo Para se Adequar?

  • Novas empresas já precisam apresentar laudos na fase de licenciamento.

  • Empresas em operação geralmente têm 12 a 36 meses para se adequar após a publicação das exigências, dependendo do estado e do porte do empreendimento.

🧠 Por Que Investir em uma Consultoria de Efluentes?

Adequar-se ao parâmetro de ecotoxicidade não é só contratar um laboratório — envolve ajustar a qualidade do efluente tratado para reduzir compostos tóxicos, como:

  • Surfactantes (detergentes)

  • Metais pesados

  • Subprodutos químicos

  • Compostos orgânicos persistentes

A Biagini Engenharia oferece soluções completas para:

  • Diagnóstico e amostragem confiável

  • Interpretação de laudos e definição de estratégias

  • Otimização do sistema de tratamento

  • Suporte técnico junto a órgãos ambientais

  • Acompanhamento do plano de adequação

✅ Conclusão

O controle da ecotoxicidade é uma evolução necessária no licenciamento ambiental. Ele garante que o efluente tratado não prejudique a vida aquática, mesmo quando está dentro dos parâmetros físico-químicos convencionais.

A Biagini Engenharia está pronta para ajudar sua empresa a atingir os padrões exigidos, melhorar seu desempenho ambiental e garantir segurança jurídica com responsabilidade técnica.

Fale com a gente e proteja seus resultados e o meio ambiente ao mesmo tempo.



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